sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Santo Paulo



Aportei nesta selva dia 13 de setembro de 2010, sem saber o que me esperava. Só sei que vim. Vim atrás de uma nova oportunidade de emprego, de pessoas novas, de experiências novas. Disseram-me que eu era louca: "eu não teria a coragem que você tem". Cortei o coração da minha mãe, dos meus familiares a quem deixei no sul. Mas, chegou a hora de me virar com as próprias pernas, foi uma escolha que fiz. Tenho 21 anos (quase fazendo 22) e minha gana de descobrir novas sensações, lugares, cheiros cores e sabores é imensa.
São Paulo te proporciona isso, sem dúvida. Mas, nesses quase 2 meses de convivência com o Paulo, percebi que as pessoas aqui são sisudas e desconfiadas. E São Paulo te engole, isso se você não enlouquecer antes. É sério! Encontrei por aqui muitas pessoas loucas, insanas mesmo. Te tratam mal, surtam por coisas absurdas. Uma selva de loucos.
Como disse, São Paulo te proporciona coisas inimagináveis: desde shows internacionais até um tio vendendo porta-moedas de porquinhos de madeira (?).
Confesso que sinto falta do calor das pessoas do sul, calor humano, pessoas que se importam com você, que sabem o que você está pensando ou que se importam com a sua história - com a história que você conta, com as coisas que você carrega na sua mala imaginária.
Aqui, todos se preocupam com o seu umbigo e arquitetar um modo de mostrá-lo para o mundo.
Sinto falta das conversas de madrugada, das risadas num bar qualquer (aquele que é horrível, mas você vai pelas lembranças), das ruas livres e limpas, de não ter mendigos e pessoas feias ou mal encaradas, das caminhadas ao léu de madrugada.
Sim, estou numa nova fase, numa fase de adaptação. Mas sempre fui avessa às mudanças. Sempre me traziam dor, saudades, adaptação. Não gosto, odeio.
Talvez, daqui alguns meses, quando eu ler este post, eu veja que é tudo bobagem. Que não é bem assim.
Uma coisa eu sei dessa vida: tudo muda - as opiniões, os gostos, as estações, os anos, as pessoas.
Eu tenho fé no futuro, tenho fé sim, que tudo o que eu passo tem um porquê. Espero que o Santo Paulo me ajude a reconhecer e aceitar os seus defeitos e achar coisas bonitas. Mas não é fácil.

2 comentários:

Carol disse...

Luma, querida, já te sigo no twitter ha um tempo, já perguntei a vc sobre música no formispring( até então não sabia nem q diacho era isso) foi na curiosidade do vai q sou respondida... e vc toda fofa respondeu ^^
E qnd vi esse teu post me deu uma vontade enorme de comentar, te dizer coisas boas.... te dizer q tenha calma, paciência q tudo dará certo... aparenta ser uma pessoinha iluminada e log logo estará rodeada de pessoas legais, q te acompanhara na tua jornada, quem sabe um gatinho bem nerd/hot( hehehe). Tb acredito q tudo o q passamos tem porquê e dpois disso tudo entenderemos o q aconteceu e até acharemos graça, pq sem essas atribulações, a vida não valerá tanto a pena...
bom, acho q o comentário foi tb uma catarse p mim, q estou no termino de uma jornada( formando na facul) e prestes a dar inicio a outra, e cheia dessas dúvidas e angustias q descreveste em seu post... não sei como vai ser o mundo depois q isso aki acabar, só sei q responsabilidade será grande.
Abraço.

Karina Buzzi disse...

Mudanças são sempre complicadas.
Também me sinto perdida em Curitiba.
Não há harmonia entre as pessoas, não tem feijão vermelho nem pão de cenoura.
Não tem cuca de banana.
Mas cada cidade oferece suas belezas de maneira diferente. É questão de acostumar mesmo.
Sei que tu levas um chute atrás do outro desses paulistas frios...mas tenho certeza que logo você se acerta com esses problemas :)
Te amo, sua linda. Juro que se eu pudesse ia prai morar com você pra gente poder lembrar pelo menos umas horas por dia de como é morar na boa e lindíssima SC.
:*